segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

A medicina na Idade Média



O progresso científico é um processo descontínuo, em que avanços se alternam com períodos de estagnação. Disso, a história da medicina é um exemplo. Durante muito tempo predominou, na Antiguidade, a visão mágico-religiosa, segundo a qual doença era resultado de castigo dos deuses, de maldições ou de feitiçaria. Por exemplo, a epilepsia era chamada de “doença sagrada”e seria a manifestação da posse do corpo por divindades. Na Grécia Clássica surgiam Hipócrates e os seus discípulos, sustentando que a enfermidade tinha causas puramente naturais, ligadas ao modo de vida, à alimentação, ao meio ambiente. Tudo isto para dizer que estão prestes a ler um post bastante explícito que vos vai por a agradecer a época medicinal em que vivemos hoje.



A cirurgia - Dolorosa e precária

Os cirurgiões da época tinham pouquíssimo conhecimento sobre a anatomia humana, sobre anticépticos, e sobre anestésicos. Não era agradável ser um paciente nesse tempo. Para se livrar da dor, uma pessoa era submetida a mais dor. Na maioria dos casos, os cirurgiões eram os monges, já que tinham acesso à literatura sobre medicina. No entanto, em 1215, o Papa pediu para que eles não o fizessem mais. A tarefa sobrou para fazendeiros que tinham experiência a tratar de animais.Para verem o ridículo da situação, caso alguém tivesse uma pedra no rim, essa pessoa era submetida a uma dolorosa operação em que um pedaço da tripa era retirado, pois acreditavam que a tripa era culpada...



Um anestésico cruel

A cirurgia na idade média era usada somente em casos de vida ou morte. Uma razão é que não existia um anestésico “confiável” que pudesse aliviar a dor enorme de um procedimento cirúrgico. Algumas poções usadas para amortecer o paciente ou induzir o sono podiam ser letais. Um dos exemplos é o Dwale, uma mistura de sumo de alho, sumo de cicuta, ópio, vinagre e vinho, que era dado ao paciente antes de uma cirurgia. O suco de cicuta sozinho poderia ser fatal – ele é um forte anestésico que faz o paciente deixar de respirar, Por estranho que pareça dizer, às vezes a morte sabia melhor que passar pelos tormentos do Dwale

Rituais pagãos ou penitência religiosa como forma de cura

Tratamentos medievais, normalmente, eram uma mistura de fatos “científicos”, crenças pagãs e imposições religiosas. Um exemplo é que, quando alguém contraía a peste bubónica, era determinado que ele deveria passar por um período de penitência, confessando-se a um padre. Como a doença era vista como um “castigo de Deus”, se o paciente admitisse os seus pecados, talvez a sua vida fosse poupada. ..o que nem sempre acontecia





A cirurgia da Catarata que raramente resultava

Uma operação de catarata incluía a inserção de uma faca ou de uma agulha pela córnea, forçando as lentes do olho até ao fundo do órgão. Posteriormente, uma seringa era usada para extrair por sucção a catarata. Se a cirurgia não tinha êxito, era porque essa era a vontade de Deus.








Como resolver o bloqueio da bexiga

O bloqueio da bexiga, devido à sífilis ou a outras DST, era comum na época, já que não existia antibiótico. O cateter urinário (um tubo de metal inserido através da uretra até a bexiga) começou a ser usado em meados de 1300. Quando o tubo não conseguia passar pela uretra, outros aparelhos eram usados – provavelmente apresentando um risco tão grande quanto o da própria doença. 
“Penis Mutilation” hoje em dia não é nada comparado a antigamente.




Remover Flechas dos corpos de soldados

Como remover flechas dos corpos de soldados? Normalmente, a ponta da flecha ficava dentro do corpo do soldado, só sendo possível tirar o cabo. Esse problema foi “resolvido” com a colher de flecha, que era inserida na ferida causada pelo disparo e “pescava” a ponta da flecha. O problema é que a dita colher era maior que a ponta da flecha em si. Muitos desmaiavam de dor, recuperando os sentidos já quando tinham sido enterrados. Quem estava acima da superfície do solo negava o socorro, por ter medo de estar a praticar necromancia sem querer, ao desenterrar o “morto-vivo”


Sangue era a cura!

Os médicos da idade média achavam que praticamente todas as doenças eram causadas por excesso de líquido no corpo. A solução era tirar o sangue aos pacientes. Havia dois métodos. O primeiro usava sanguessugas para tirar o sangue. O bicho era colocado sobre o local e sugava uma boa quantidade do líquido. O outro era um tradicional corte na veia, normalmente no braço. Na maioria das vezes, os “médicos” tiravam um pouco de sangue a mais, levando à morte do paciente.




O Parto

Dar à luz na idade média era tão mortal que a Igreja pedia para que as grávidas se preparassem para morrer. E houve uma época em que as parteiras mais experientes foram perseguidas como bruxas, já que usavam métodos para aliviar a dor das suas pacientes. Quando um bebê estava morto no útero, uma faca era usada para que ele fosse desmembrado ainda na barriga da mãe, para facilitar a “retirada” do feto.





Clysters

O “clyster” era uma versão medieval do supositório, um aparelho que injectava fluidos no corpo através do ânus. Era um cano ligado a um recipiente. O cano acertava em cheio no paciente (já sabem em que zona), enquanto, no recipiente, estava o “remédio”, uma mistura qualquer que na realidade não teria efeito nenhum, e provavelmente teria pimenta como ingrediente.






Como eram tratadas as hemorróides? 

O tratamento para hemorróidas era queimá-las com ferro quente.
 Existe até uma história sobre um monge que, sofrendo com a sua inflamação, sentou se em cima de uma pedra que, milagrosamente, o curou do problema. A pedra existe até hoje, com a marca das hemorróidas do monge, e é visitada por muitos que esperam curar o “problema”. Muitos beijam e veneram a pedra. Nada nojento nem estranho.







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